terça-feira, 21 de agosto de 2012

Ponta da Fruta... hum

Sempre me disseram que o melhor pedaço da fruta é a ponta... mais doce e rica.
Bem, esse pedaço pequeno e simples do Espírito Santo é mesmo cheio de doces e gostosas lembranças.
Foi numa Semana Santa animada, na boa companhia de pessoas queridas que foram comigo e as que encontrei por lá... já também conhecidas e com histórias há muito guardadas no baú da memória.
Conversa posta em dia, fotos tiradas, compras feitas, casa arrumada, hora de desbravar Ponta da Fruta.

Da rua de chão batido que nos leva ao mar, um pulinho só...
Praia, sol, mar aberto, tudo isso tem por lá, mas nenhum outro lugar apresenta o desafio da Sereia. Caminhada com passos contados. 6 mil quinhentos e 80, só de ida... uffa.
- Aos menos avisados vale a dica: uma garrafinha de água e um lanchinho são uma boa pedida! E não esquecer também: avisar aos mais espreguiçadeiros que a caminhada é longa e demorada evita o martírio da espera de quem fica, e a cobrança desnecessária da preocupação pela demora

Pertinho de Vila Velha e Vitória, aonde, à noitinha, surgem as alternativas de boa comida e uma feirinha, claro, encontrei coisinhas pra os que não fizeram  mesma rota no feriadão... e, também, é claro, me apaixonei por um artesanato em especial.



Esse aí, bem elaborado, bordado a mão. Lindo!

Descobri na conversa prazerosa com a artesã que as costureiras do lugar se unem pra coser lembrancinhas em pedacinhos de pano que a gente fica olhando, admirando, querendo um de cada cor...
e a barriga avisa... fome.
Batalha por uma mesa em um dos badalados restaurantes do lugar. A espera é pela moqueca capixaba. Hum... de lamber os dedos, os 10!
Caminhada na praia, roda de capoeira, água de coco e Ponta da Fruta... doce. Muito doce.

Mais um dos 12 lugares pra se conhecer em 2012.
Dentro do prazo. A meta mais difícil é mesmo postar as viagens, nesse tempo que me falta.... mas eu vi quando fui... e vou ver muito mais.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Rio das Ostras... tudo de bom!









Por trás dos belos contornos das montanhas e serras mineiras, a amplidão azul esverdeada do oceano Atlântico nos espera.





O mar, esse deslumbrante convite da natureza à contemplação, mantém o ritmo cadenciado das espumantes ondas que quebram na praia, enquanto a história de
Rio das Ostras se escreve.
 
A pesca foi a principal atividade econômica até meados do século 19,  quando foi construída a rodovia Amaral Peixoto,
principal corredor de acesso à bela região dos lagos.
Na companhia do pecador Denilson da Conceição
seguimos mar afora para conhecer
as transformações ocorridas nestes últimos anos
em Rio das Ostras.

No caminho, uma tartaruga em apuros.
Uma ajudazinha nossa e o bicho seguiu seu destino, enquanto retomamos nossa rota rumo às belas praias dessa cidade colorida.
O verde oliva das matas, do azul anil do céu e do azul esverdeado do mar são cores que o pescador conhece bem,
pois não é de hoje que ele tira do mar o sustento da família.  


Assim como ele, a maior parte da população local também sobrevive graças ao misterioso e rico oceano. Quer seja por meio do turismo sustentável, quer seja das profundezas de suas bases petrolíferas, revertidas em royalties, ou ainda, na forma mais original mesmo, a pesca.
Entre tantas colônias de pescadores da região, instalada em um vilarejo a beira mar, o distrito da cidade de Casimiro de Abreu se tornou cidade depois do plebiscito de 24 de novembro de 1991, quando ocorreu a primeira eleição municipal.
Em 10 de abril de 1992 o Diário Oficial da União publicou a criação do município de Rio das Ostras.
Com o peso dos anos, outro pescador, que tem paixão pelo mar até no nome, trocou o leme do barco por outra habilidade. É debaixo da copa de uma das grandes castanheiras a beira mar que 'seo' Manuel passa horas a fio tecendo redes e tarrafas.



Na sua rotina diária, encontramos
'seo' Manuel Mar Villa, um dos mais antigos pescadores da cidade. 
Hoje diz que tem tempo de sobra para um dedinho de prosa... e histórias de pescador, daquelas que todo mundo já sabe ser difícil acreditar.



As belezas naturais, a diversidade cultural e turística de Rio das Ostras estão no curso do desenvolvimento auto-sustentável e mantem uma das características originais da fundação do município: ainda hoje é a população quem decide, por meio do orçamento participativo, os rumos que a cidade deve tomar. Assim, projetos ganham notoriedade e encantam turistas do mundo todo. E a boa infraestrutura hoteleira, em franca expansão, é uma prova de que os projetos de crescimento de Rio das Ostras estão mesmo no rumo certo.
Pousadas a beira mar, hotéis como o luxo característico dos grandes resorts...











...e até o charme de um casarão colonial transformado em hotel fazenda.
Alguns exemplos das acomodações oferecidas  para quem visita Rio das Ostras.



Certo é que não importa de onde se venha, ou para onde se venha, Rio das Ostras é dona de uma paisagem exuberante estendida em mais de 230 quilômetros quadrados. Uma cidade encantadora.




 




E por falar nisso, o acesso à cidade, distante cerca de 170 km do Rio de Janeiro, ainda hoje é feito pela rodovia Amaral Peixoto.


A bela e diversificada paisagem é composta de praias, Ilhas, lagoas e uma bem preservada faixa da mata atlântica, restingas, manguezais...
Como se não bastasse a diversidade natural, Rio das Ostras apresenta um arrojado projetos arquitetônico, e é considerado hoje um dos melhores destinos turísticos da região dos lagos. Com um crescimento populacional da ordem de 9% ao ano, que agora o desafio de manter o equilíbrio entre o desenvolvimento e a própria identidade, arraigada nas características originais da fundação do município.




Da decisão popular, projetos ganham notoriedade como o projeto urbanístico da Lagoa de Iriri. A infra-estrutura do complexo, no entorno da lagoa, ganhou áreas de lazer, calçadão, ciclovia, quiosques e anfiteatro. Mas o destaque mesmo ainda está por conta da natureza.
A recuperação e preservação das matas de restinga e dos manguezais restabeleceram as potencialidades turísticas do lugar. Do alto do mirante a gente tem a medida exata da importância de se integrar projetos paisagísticos às belezas naturais. Como também é o caso da reurbanização da praia da Costazul.


O belo trecho de praia, de cerca de um quilômetro de extensão, ganhou uma nova identidade urbana, onde ficou evidenciado o moderno projeto de urbanização litorânea. 
Com quiosques em forma de estrelas, calçadão revestido de cerâmica especial, sem contar a beleza da praça da baleia.


De acordo com os engenheiros urbanistas, todo o projeto está intimamente associado à concentração de muita gente em um espaço restrito e "foi concebido a partir da inspiração nos elementos marinhos e edificado com materiais ecologicamente corretos".

Nas belezas naturais e da diversidade cultural estão os fortes atrativos turísticos que hoje colocam Rio das Ostras no curso do desenvolvimento auto-sustentável.
Um complexo hospitalar com boa infra-estrutura também garante tranqüilidade para quem vive e visita a cidade. Aliás, a integração dos moradores com os turistas nas práticas esportivas é um paralelo positivo para a boa receptividade dos visitantes.
E quando o assunto é cultura, são muitas as atrações. A vida noturna inclui, além de uma boa rede de bares e restaurantes, uma feira de arte e artesanato. Eventos alternativos como o encontro nacional de motociclistas, concertos eruditos, teatros e feiras de negócios são outras opções no calendário anual da cidade.
E não para por aí...
A beleza ímpar da cidade, rica em biodiversidade, transformou a região em um pólo ambiental de valor inestimável.
Preocupada em proteger e preservar o meio ambiente a cidade criou um sistema nacional de áreas de conservação. Entre elas, a Lagoa de Iriri, a área de Itapebussus, os Costões Rochosos e o Parque dos Pássaros.
E o que é mais importante: todas essas unidades são acessíveis ao turista.
Quem passear por lá, não pode deixar de conhecer também o Parque Municipal, com seus quase 320 mil metros quadrados de área. A magia do local, com fragmentos da Mata Atlântica, pode ser traduzida em beleza e simplicidade onde estão aves além de um viveiro para tartarugas e jabutis. E os bichinhos domésticos, como coelhos e galinhas dividem a atenção dos turistas que se encantam ainda pelo viveiro de mudas ornamentais para reflorestamento. Lá também tem um paredão rochoso de mais de 20 metros de altura que pode ser utilizado para a pratica de esportes radicais, desde que agendado com antecedência. No local também existem trilhas e passeios guiados dentro da mata, que também precisam ser agendados. Contudo, ainda que seja só para conhecer a tranquilidade e beleza do lugar, o passeio até o parque municipal de Rio das Ostras já vale muito.
Quem ajuda a fiscalizar, cuidar e preservar toda essa riqueza ecológica é a Guarda Municipal. Quer seja na figura sempre atenta dos salva-vidas; na atenção e controle do tráfego; ou ainda no troller que percorre trilhas e matas fiscalizando, monitorando e protegendo as áreas verdes. Ah, lá também tem uma guarda municipal embarcada, que de lancha, nos levou até as reservas litorâneas e ilhas...

Uma oportunidade ímpar de conhecer bem de pertinho a bela Ilha do Costa. Um santuário onde os turistas podem passar o dia pescando, tomando sol ou apreciando a movimentação dos pássaros no ritmo cadenciado e contínuo das ondas quebrando nas rochas. Um lugar realmente inesquecível. Se couber alguma comparação das belezas da Ilha da Costa, só mesmo com as belas praias virgens de uma outra unidade de conservação, Itapebussus. De propriedade particular, o acesso ao local só é possível a pé, pela praia ou de algum tipo de embarcação. Qualquer que seja alternativa, vale a pena conhecer. O mar é de um azul esverdeado estonteante. A mata de restinga preservada avança sobre a praia com suas flores singelas e a lagoa de água salobra, escura e quente, constituem um cenário que garante belos cartões postais. Tudo isso eu vi quando fui a Rio das Ostras! E como se diz por lá: “Rio das Ostras é tudo de bom, difícil não se apaixonar!” Então, a gente volta...
Afinal, todo mundo sempre acaba voltando para uma grande paixão!
(Fotos pessoais e reproduzidas a partir das imagens dos cinegrafistas Ricardo Rocha e Rodrigo Alexandrino

terça-feira, 22 de maio de 2012

Numa festa em Macacos, Nova Lima

Tinha funk na rua... quase toda rua hoje tem, mas era Carnaval!
Em frente à igrejinha antiiiiiiiga, um amontoado de gente rebolando e um pouco mais pra cima uma bandinha tocando as marchinhas também antiiiigas... aí sim, era Carnaval.
Macacos me mordam, eu ainda não conhecia Macacos!
Na pousadinha charmosa, um cafezinho da manhã cheiroso, frutinhas picadas e pão quentinho...

Um fim de semana de plantão na televisão, afinal, quem vai dar as notícias da folia se todo mundo cair nela? Né não?!
Salve eu que arrisquei uma esticadinha num fim de semana tão esperado pelos brasileiros.
E na meta de conhecer 12 novos lugares novos em 2 mil e 12, Macacos foi a primeira.
Ali pertinho, friozinho, gostosinho pra namorar, pertinho de BH, dá para ir e pra voltar, dá também pra saborear um churrasquinho, uma comidinha caseira e até para se deliciar com um prato elaborado de um cheff. Isso depois de passear, sem pressa, pelas ruas apertadinhas, arborizadas de onde, quando em vez, um por de sol de tirar o fôlego vai se esticando até dar lugar ao anoitecer que, no meu caso eu vi...  trouxe estrelas e uma lua liiiinda pra acompanhar.
Samba, soul, rock in roll, até o funk estragar...
Carnaval é mesmo uma festa pra pular, popular!

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Pela Europa...

As portas se abriram e o corredor gigantesco corria a meu lado...
Pulei na esteira sem mala, tinha ainda mais um avião para enfrentar.

Era Lisboa, a mesma que emprestou o nome para minha mãe que vinha logo atrás, um pouco mais devagar, mas não menos esperta...
As duas brasileiras cheias de fome de cultura e a barriga roncando de comida mesmo.
Os números nos corredores eram muitos e no meio deles encontramos o nosso, depois de uma parada rápida na alfândega para mais um carimbo no passaporte.
Duas horas e meia nos separavam de Paris... a terra elegante do relógio de pulso do genial aviador brasileiro que nos fez chegar até lá.
Das alamedas da pressa, do frescor de quem guarda centenas de anos de história, de castelos de fadas e perfumes inebriantes, de cafés, croissant, pães, vinhos e espumantes à tarde.
Dos ferros que sobrepostos alcançaram o céu, e que deram uma magia iluminada à cidade que, do alto do Triunfo nos dá a dimensão exata daquilo que não saberemos jamais:

a cultura respira os porões de Paris e solta baforadas pelas ruas que, de tão iguaizinhas, nos faz perder a direção, o tempo, o encontro, o momento.
E as duas, inebriadas pela Élysées de griffes e costumes, das diferenças momentâneas e seculares dos passantes, seguem de mãos dadas pela cidade dos mapas nas mãos, dos que não escodem a adoração de ficarem perdidos.
Era a segunda vez da minha mãe, primeira minha, mas Paris sempre parece ser virgem... um poste, uma luz, uma porta, uma maçaneta, um enquadramento, uma casa, a de Monet, que nem eu nem ela conhecia. De onde trouxe apenas a foto do banheiro onde é permitido fotografar...

- Monet também fazia xixi, deu o que pensar!
Pelos instantes esbabacadas frente às obras que nos engolem naquela casa bem conservada, valeu cada palmo de rua andado sob a chuva fria que nos surpreendia cada fim de tarde...todo santo dia!
E ainda tinha um castelo inteirinho pra desvendar...

Ah, Versailles...que sufoca pela grandiosidade e beleza, que perturba dias a fio na simples lembrança das alamedas e estátuas e passagens e jardins e flores e lagos e objetos e história e pelo o vidro do perfume da loja que só tem lá!
Paris, que me puxou pela virilha... adormeceu meus pés, silenciou minhas desconfianças.
Paris, que não se resume em um artigo, em uma foto, em um capítulo.
Paris, que vai me ver de novo, pra eu ver de novo o que passou batido...
E da próxima vez, Cris, você vai!




Nelyz feliz com mamãe indo pra Paris!

Num domingo no interior...

Da flor da laranjeira o perfume vira fruto...
Num lugar específico de São Paulo, o fruto vira amigo, amigos.
Fim de semana de papo, churrasco e Laura... a flor de Laranjal Paulista.
A menina espoleta que encanta quando chama a Pulguinha de irmãzinha... quando surpreende oferecendo um yakult genérico geladinho em meio a tantas carnes suculentas e gostosas, e cervejas geladas e drinques de frutas...
Laura, que se delicia com a arrumação das gavetas abertas... e eu que sempre digo:
- Dali já sabia, mulheres de gavetas são sempre mais espertas!
A menina que roubou  a cena... encena quando põe no cabelo uma flor e nos lábios uma cor... nos olhos uma sombra verde que emancipa a maturidade enquanto revela a pureza da pequena flor de Laranjal. Da igreja imponente na praça tranquila que leva a tantas esquinas.
Cidade aonde agora temos moradia...
Bem vindos, Armando, Fabíola, Joyce e Nunes ...
Bem vinda pequena Laura para o novo mundo dos que falam, falam, falam e se encantam até com os que cantam, mesmo as canções fora de época...rssss
Assim foi Laranjal, das curvas e planícies verdes da ida... das tartarugas iluminadas da volta. 
Calma nas curvas...que eu adorava chegada!
e pé na estrada que ainda temos... muita estrada!

Nelyz feliz, preparada para encontrar Laranjal!

A última... Buenos Aires

Folhas secas, céu azul, carinho gostoso, cheiro gostoso...
Vinho bom... sacolas, sapatos apertados... quanta coisa, cheia de coisa, de história.
Balangandãs, pessoas, arte, música... valor sem valor.
Pequenos mimos, muitos desejos... cada objeto, único.
San Telmo, sem tempo, antigo, colorido, lindo.
Pernas cruzadas, embaraçadas e rápidas com Gardel de fundo: o tango, um mundo.
Arte, também no palco, pra inebriar.
Luz de vela, espetáculo único e o frio espera lá fora, na rua larga de 12 pistas, sem pistas, e agora?
O táxi acerta, Palermo.
Bife de chorizo, Trapiche, purê rústico e caminhada na calçada.
De novo, vento frio, folhas secas... lindo!
Frio seco e mais vento, de leve... tudo único!
Manhã de preguiça... um tigre à espreita...
Surrrrpreeeeendeeeeenteeeee!
"O dia em que fui mais feliz" ... dos últimos... "... que larguei, naquele dia mesmo, o leão que sempre cavalguei..."
Volto lá... com calma, volto lá!


Nelyz, feliz em um dos muitos antiquários de Buenos Aires.
Ter de novo o brilho nos olhos...
O sorriso doce e encantado...
A certeza de que sim:
a vida vale cada 'peso'
cada vontade....
Volto lá!
Breve breve, volto lá!