segunda-feira, 21 de maio de 2012

Pela Europa...

As portas se abriram e o corredor gigantesco corria a meu lado...
Pulei na esteira sem mala, tinha ainda mais um avião para enfrentar.

Era Lisboa, a mesma que emprestou o nome para minha mãe que vinha logo atrás, um pouco mais devagar, mas não menos esperta...
As duas brasileiras cheias de fome de cultura e a barriga roncando de comida mesmo.
Os números nos corredores eram muitos e no meio deles encontramos o nosso, depois de uma parada rápida na alfândega para mais um carimbo no passaporte.
Duas horas e meia nos separavam de Paris... a terra elegante do relógio de pulso do genial aviador brasileiro que nos fez chegar até lá.
Das alamedas da pressa, do frescor de quem guarda centenas de anos de história, de castelos de fadas e perfumes inebriantes, de cafés, croissant, pães, vinhos e espumantes à tarde.
Dos ferros que sobrepostos alcançaram o céu, e que deram uma magia iluminada à cidade que, do alto do Triunfo nos dá a dimensão exata daquilo que não saberemos jamais:

a cultura respira os porões de Paris e solta baforadas pelas ruas que, de tão iguaizinhas, nos faz perder a direção, o tempo, o encontro, o momento.
E as duas, inebriadas pela Élysées de griffes e costumes, das diferenças momentâneas e seculares dos passantes, seguem de mãos dadas pela cidade dos mapas nas mãos, dos que não escodem a adoração de ficarem perdidos.
Era a segunda vez da minha mãe, primeira minha, mas Paris sempre parece ser virgem... um poste, uma luz, uma porta, uma maçaneta, um enquadramento, uma casa, a de Monet, que nem eu nem ela conhecia. De onde trouxe apenas a foto do banheiro onde é permitido fotografar...

- Monet também fazia xixi, deu o que pensar!
Pelos instantes esbabacadas frente às obras que nos engolem naquela casa bem conservada, valeu cada palmo de rua andado sob a chuva fria que nos surpreendia cada fim de tarde...todo santo dia!
E ainda tinha um castelo inteirinho pra desvendar...

Ah, Versailles...que sufoca pela grandiosidade e beleza, que perturba dias a fio na simples lembrança das alamedas e estátuas e passagens e jardins e flores e lagos e objetos e história e pelo o vidro do perfume da loja que só tem lá!
Paris, que me puxou pela virilha... adormeceu meus pés, silenciou minhas desconfianças.
Paris, que não se resume em um artigo, em uma foto, em um capítulo.
Paris, que vai me ver de novo, pra eu ver de novo o que passou batido...
E da próxima vez, Cris, você vai!




Nelyz feliz com mamãe indo pra Paris!

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